Karina
Arroyo foi personalidade do mês
no site UOL, confira entrevista
http://camerahipismo.uol.com.br/materia.php?id_materia=404
PERSONALIDADE DO MÊS - KARINA ARROYO
Saiba mais sobre a jovem amazona que levou
o Brasil ao topo do mundo no enduro
Em 2006, Karina Arroyo
brilhou nas pistas do Brasil
e do mundo |
Ela é a responsável por ter colocado
o Brasil, pela primeira vez na história
do hipismo, na liderança do ranking
mundial de enduro da Federação Eqüestre
Internacional. A autora da façanha
é Karina Arroyo. Aos 19 anos, ela
viveu, em 2006, a melhor fase de sua
carreira, com participações em importantes
concursos internacionais e bons resultados
em quase todas as provas nas quais
competiu. Natural de Mogi das Cruzes,
interior de São Paulo, a jovem amazona
fechou a última temporada com os títulos
dos rankings paulista e brasileiro
e, apesar de a FEI ainda não ter atualizado
o ranking final em seu site, também
terminou 2006 com a pontuação que
a credencia a ser a número 1 do mundo
na categoria Jovens Cavaleiros, posição
que chegou a ocupar oficialmente nos
últimos meses do ano. Aguardando a
confirmação de ser a líder do ranking
mundial e se preparando para o seu
segundo Campeonato Mundial de Young
Rider, que acontece em março, na Argentina,
Karina concedeu uma entrevista ao
Câmera Hipismo contando um pouco sobre
a sua história no hipismo, como chegou
ao topo, como pretende se manter e
as suas expectativas para a temporada
2007.
Conte um pouco sobre a sua história
no hipismo e no enduro. Quando e onde
começou a montar, seus primeiros instrutores
e incentivadores, etc.
Comecei com 13 anos, no ano 2000,
quando meu pai montou uma equipe de
enduro com o pessoal que praticava
aqui em Mogi das Cruzes. Até então
eu não montava, morria de medo de
cavalo. Foi quando meu pai me levou
para uma prova e acabei me apaixonado
por tudo aquilo. No sítio onde o pessoal
treinava tinha uma eguinha de apenas
1.42m, a Kadija, que foi perfeita
para mim. Com ela não tinha mais medo
de nada e, depois de um mês, fiz a
minha primeira prova em Holambra,
ficando em 3° lugar. Desde então não
parei mais. O meu maior instrutor
foi meu pai (Sílvio Arroyo), que nos
2 primeiros anos de competições fez
todas as provas ao meu lado, além
da minha mãe e do meu irmão, que sempre
estiveram comigo nas provas e foram
meus grandes incentivadores.
A amazona recebendo o
troféu de campeã do Ranking
da CBH |
Como foi o ano de 2006 para você?
Faça um breve balanço.
Foi um ano que nem acredito que aconteceu.
Todos os objetivos que tracei, consegui
alcançar; qualificar os quatro cavalos
que eu montei para o Mundial, ser
convocada para o Mundial e também
fazer provas no exterior. No total
foram cinco, sendo três no Uruguai,
uma na França e outra na Argentina.
Com isso ganhei muita experiência,
já que estava montando cavalos emprestados.
Ainda consegui ganhar os três rankings,
paulista, brasileiro e mundial, que
era uma coisa que nem tinha sido planejada
no começo do ano e que aconteceu naturalmente.
Falta a confirmação da FEI, mas
você é a líder do ranking mundial.
Fale um pouco sobre a sensação de
ser a número 1 do mundo no enduro,
uma modalidade de pouca tradição no
Brasil?
Na verdade não me sinto a 1ª do mundo,
não me sinto melhor do que ninguém,
muito pelo contrário. Tenho certeza
que tenho muito a aprender. De qualquer
forma, espero muito que com isso o
enduro comece a ser mais conhecido
no Brasil e até mesmo entre as outras
modalidades hípicas. Fico muito feliz
por colocar o Brasil nessa posição,
porque quem está fora do País e fica
sabendo que quem ganhou o ranking
foi uma brasileira, acaba percebendo
que nós crescemos muito na modalidade.
Você esperava um ano de tanto sucesso
e você no topo do ranking da FEI?
Como isso foi acontecendo?
No começo do ano nem imaginei que
no final estaria disputando para ficar
entre os primeiros do mundo. Tudo
simplesmente aconteceu, fiz as provas,
acabei indo bem e fui somando pontos.
Quando chegou em outubro vi meu nome
em 1° na lista da FEI, foi então que
realmente resolvemos brigar até o
fim pela colocação, já que tinham
outros cavaleiros que poderiam me
passar.
Você acredita que esse seu feito
pode fazer com que apareçam novos
valores no enduro brasileiro?
Espero que sim. Se tudo isso que aconteceu
comigo em 2006 servir de motivação
para os outros, principalmente os
novos Young Riders que estão vindo,
já ficaria muito feliz.
Dizem que chegar no topo não é
fácil, mas que o difícil mesmo é se
manter. Você concorda com isso? Quais
as dificuldades que você prevê para
se manter entre os primeiros do mundo?
Concordo plenamente. Esse ano vai
ser mais complicado, pois pretendo
fazer algumas provas já na categoria
adulto, que é bem mais competitiva,
mas encaro a situação da seguinte
maneira; esse é um ano novo e as conquistas
do ano passado já foram comemoradas
e já estão na memória. Agora é esquecer
de tudo que aconteceu e começar a
trabalhar de novo e em dobro, partindo
do zero novamente.
Karina irá disputar seu
2º Mundial de Young Rider,
em março |
Quais as suas perspectivas para
2007?
Por enquanto a minha cabeça está voltada
completamente para o Mundial, prefiro
pensar em uma coisa de cada vez. Agora
penso no Mundial, depois penso na
próxima prova e assim vai. Tento não
pensar muito se vou conquistar algum
título ou se vou ganhar alguma coisa
no fim. Pelo menos essa tática funcionou
em 2006. (risos)
Qual a sua expectativa para o Mundial
da Argentina? Você sente que o Brasil
chega com boas chances?
Estamos indo com uma equipe muito
forte. Tanto os cavalos como os cavaleiros
demonstraram porque estão na equipe.
Acho que todos estão dando o melhor
de si, se preparando ao máximo para
a competição, principalmente porque
no último Mundial de Young Rider,
ficamos em 3° lugar por equipe, que
foi um resultado muito bom e que nos
motivou bastante.
Na sua opinião, como está o momento
do enduro brasileiro comparado a outros
períodos, levando-se em conta não
só o seu desempenho, mas os de outros
cavaleiros e amazonas?
O Brasil cresceu muito nos últimos
anos. No ranking da FEI deste ano
tivemos, na categoria adultos, três
cavaleiros entres os dez primeiros.
O Brasil foi medalha de bronze por
equipes no Mundial de Young Riders,
no Bahrain, em 2005, e o País está
sendo cada vez mais valorizado lá
fora.
Como é o seu dia-a-dia fora do
hipismo?
Estudo medicina veterinária na UnG
(uma das minhas patrocinadoras). Estou
no 3°ano. Faço academia para me preparar
fisicamente para as provas, e no tempo
livre, estou sempre com meus amigos
ou com minha família.
Qual a sua projeção para o futuro?
Você pretende continuar montando depois
que se formar? Pretende conciliar
sua profissão com o hipismo?
O enduro faz parte de mim, não me
vejo longe das competições. É lógico
que depois de formada, pode ficar
um pouco mais difícil me dedicar,
mas acho que quando tem algo pelo
o que somos apaixonados, sempre damos
um jeito de fazê-lo.
Perfil
Nome: Karina Camargo Arroyo
dos Santos
Nascimento: 19/05/1987
Cidade Natal: Mogi das Cruzes
Cidade onde mora: Mogi das
Cruzes
Signo: Touro
Um ídolo: Meu avô
Um filme: Um amor para recordar
Um livro: A semente da vitória
/ Nuno Cobra
Uma comida: Filé a parmegiana
Sua maior qualidade: Sinceridade
Seu maior defeito: Teimosia
Um programa de TV: Friends
Um estilo musical: Pop Rock
Uma banda ou um cantor: U2
Um hobby: Andar a cavalo
(risos)
Um perfume: Lacoste
Uma viagem inesquecível:
França, em 2006
Um sonho: Ser campeã mundial
Texto: José Carlos Júnior
Fotos: Cidinha Franzão e Rodrigo
Eba
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